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FEC lamenta o falecimento do arquiteto Paulo Mendes da Rocha


  • 25/05/2021, 17:08
  • Diretoria FEC
A Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo lamenta o falecimento do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, ocorrido no último domingo, dia 23 de maio. Sua longeva carreira o fez conhecido por gerações de profissionais brasileiros, tendo convivido com figuras fundantes da disciplina no país, como Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas e trabalhado em parcerias com incontáveis colegas mais jovens.



Deixou um acervo de prêmios que corroborou internacionalmente a excelência da arquitetura brasileira, sendo por duas vezes vencedor do prêmio Mies Van Der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, uma delas em 2000, pela reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Pelo conjunto de seus trabalhos recebeu, entre outros relevantes, o Prêmio Pritzker, em 2006; e, dez anos depois, o prêmio Leão de Ouro, da Bienal de Veneza, Itália, na categoria arquitetura, e o Prêmio Imperial do Japão. Em 2017 recebeu a Medalha de Ouro do RIBA e, neste ano de 2021, a Medalha de Ouro da UIA.



Suas obras possuem sempre um comentário inteligente sobre o espaço e a cidade em que se inserem, desenhando dentro e fora como se fossem parte de uma grande continuidade. Deste modo fez construções memoráveis como, por exemplo, o Ginásio do Clube Atlético Paulistano em São Paulo (1958), o Estádio Serra Dourada em Goiânia (1973), o Museu dos Coches de Lisboa (2015) e o Sesc 24 de maio (2017).



Em Campinas, o arquiteto construiu duas obras durante sua juventude: a Escola Estadual Antônio Vilela Júnior (1960) e a Escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac (1968). Em ambas, é possível ver traços perenes da carreira de Mendes da Rocha: a expressividade estrutural, a cobertura única que qualifica os espaços e a permeabilidade entre interior e exterior.



Sua contribuição, somada à sua posição sempre idealista e passional pela arquitetura, deixa aos jovens estudantes do Brasil uma coleção de programas e soluções que servem de inspiração e provocação pela busca de cidades mais justas e livres no futuro. 



Ele amava a baía. Se aventurar nela. Os navios indo e vindo. Enormes. E os guindastes que davam vida ao porto, mas residiam ali, imóveis e imponentes.



Paulo Archias Mendes da Rocha

[25.10.28, Vitória - ES | 23.05.21, São Paulo,  SP]